Se você está cansado de dietas que não dão resultado, a cirurgia bariátrica pode aparecer como uma opção. Mas antes de fechar qualquer decisão, vale a pena entender como funciona, quem pode fazer e o que muda no dia a dia.
A ideia básica é reduzir o tamanho do estômago. Existem vários tipos de procedimento, como o gastric bypass, a gastrectomia vertical (ou sleeve) e a bandagem gástrica. No bypass, o cirurgião cria um pequeno bolso no estômago e conecta direto ao intestino delgado. No sleeve, o estômago é cortado, formando um tubo estreito. Já a bandagem coloca uma faixa ajustável ao redor do estômago para limitar a quantidade de comida.
Depois da cirurgia, o estômago aceita muito menos alimento. Isso não significa que você vai passar fome; ao contrário, a sensação de saciedade chega mais rápido. A mudança também altera a produção de hormônios que controlam o apetite, o que ajuda a reduzir a ingestão calórica sem esforço consciente.
Os principais benefícios são a perda de peso significativa e a melhora de doenças relacionadas à obesidade, como diabetes tipo 2, hipertensão e apneia do sono. Muitas pessoas relatam mais energia, mobilidade e autoestima depois de alguns meses.
Mas nem tudo são flores. Como qualquer cirurgia, há riscos de infecção, sangramento e complicações anestésicas. Especificamente na bariátrica, pode acontecer vazamento nas suturas, deficiências nutricionais e problemas de absorção de vitaminas. Por isso, o acompanhamento médico e nutricional pós‑operação é indispensável.
Outro ponto importante é o compromisso com as mudanças de estilo de vida. A cirurgia não é uma solução mágica; você ainda precisa adotar uma alimentação balanceada e praticar atividades físicas. O sucesso a longo prazo depende muito da sua disciplina.
Para saber se você está apto, a equipe médica costuma avaliar o Índice de Massa Corporal (IMC), histórico de saúde e tentativas anteriores de emagrecimento. Geralmente, o procedimento é indicado para quem tem IMC acima de 35 com comorbidades, ou acima de 40 sem elas.
Antes da operação, você passará por exames de sangue, imagem e avaliação psicológica. O objetivo é garantir que o paciente compreenda a cirurgia e esteja pronto para as mudanças.
O pós‑operatório imediato costuma durar de 1 a 2 dias no hospital, seguido de uma dieta líquida que evolui gradualmente para alimentos macios e, por fim, para a alimentação sólida. O acompanhamento nutricional inclui suplementos de vitaminas, como B12, ferro e cálcio, para evitar deficiências.
Se ainda tem dúvidas, procure um centro especializado e converse com quem já passou pelo procedimento. Histórias reais ajudam a entender o que funciona e o que pode ser desafiador.
Em resumo, a cirurgia bariátrica pode transformar a vida de quem luta contra a obesidade, mas exige responsabilidade e apoio médico. Avalie os prós e contras, siga as orientações da equipe e dê o primeiro passo com informação e segurança.
A dançarina Thais Carla conta como a cirurgia bariátrica mudou sua rotina, trazendo mais energia e liberdade de movimento. Ela perdeu cerca de 52 kg no total, mas enfatiza que o foco foi melhorar a saúde, não apenas os números. O processo envolveu disciplina, acompanhamento médico e psicológico, além de novos hábitos alimentares. Mesmo com desafios como deficiência de ferro, Thais segue inspirando quem luta contra o preconceito ao corpo.