Wolverhampton quebra tabu de 45 anos contra Manchester United
Não acontece todo dia: o Wolverhampton arrancou três pontos do Manchester United dentro de Old Trafford e escreveu um capítulo raro de sua história na Premier League. O gol decisivo veio em grande estilo, com jogo já na reta final. Pablo Sarabia, que começou no banco, entrou para bater a falta com precisão cirúrgica aos 32 minutos do segundo tempo, colocando a bola no ângulo e garantindo a vitória mais simbólica do clube nas últimas décadas.
O feito: foi a primeira vez em 45 anos que o Wolves derrotou o United tanto em casa quanto fora numa mesma temporada de liga. Para encontrar outro "duplo" assim, só voltando a 1980. Não bastasse o tabu, a equipe ainda emplacou cinco triunfos seguidos – sequência que o clube não via desde 1970, quando o time beirava seus melhores dias.
O clima era de confiança por parte do time visitante. Vítor Pereira, contratado para salvar o Wolves após um início de campeonato cambaleante, já começava a colher frutos de um trabalho que prioriza marcação intensa e muita entrega. “Mais do que evitar rebaixamento, nosso objetivo é subir na tabela”, disse o treinador português sem rodeios ao final do jogo.

United sente desgaste, Wolves se impõe
O Manchester United de Ruben Amorim ainda tentava curtir a ressaca de uma classificação europeia na semana, mas pagou caro pelo rodízio. Foram cinco mudanças em relação ao time que jogou na Europa, incluindo o descanso de Bruno Fernandes e Diogo Dalot. O jovem Tyler Fredricson, recém-saído da base, ganhou estreia como titular. O resultado foi um United dominante na posse de bola, mas longe de conseguir abrir espaços. A melhor chance veio numa cobrança de falta de Christian Eriksen que, sem muito perigo, parou nas mãos do goleiro Dan Bentley – escalado de última hora após a lesão de José Sá.
O Wolves, mesmo jogando de forma mais contida e esperando o adversário, foi letal como poucas vezes na temporada. Conseguiu apenas um chute ao gol, mas foi o suficiente. Vítor Pereira usou as peças com inteligência: segurou Sarabia para o segundo tempo, quando o jogo pedia sangue novo, e foi recompensado com um gol de categoria que calou Old Trafford.
O abalo psicológico foi evidente do lado dos anfitriões, que não encontravam caminhos para furar a muralha adversária. Já o Wolves, disciplinado e concentrado, mostrava uma disposição digna das grandes viradas de roteiro. Após o apito final, a festa era dos visitantes: vitória rara, tabu quebrado e, mais importante, sinais concretos de recuperação no campeonato.
Com o resultado, o time de Vítor Pereira subiu para a 15ª posição, afastando temporariamente o fantasma do rebaixamento e deixando claro que o cenário, agora, é outro. Se alguém ainda duvidava da capacidade do Wolves de sair do sufoco e surpreender gigantes, essa vitória deixa o recado.
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