Ditadura no Brasil: o que aconteceu e por que ainda importa

Entre 1964 e 1985 o país viveu um regime militar que acabou com muitas liberdades. Se você não conhece bem essa parte da história, vale a pena conferir os pontos principais: o golpe, a censura, a repressão e o caminho de volta à democracia.

Como começou o golpe de 1964

Em março de 1964, setores das Forças Armadas, apoiados por parte da elite econômica e política, derrubaram o presidente João Goulart. O justificativa era proteger o país do comunismo, mas na prática o movimento trouxe militares ao poder e suspendeu direitos civis. Logo depois, o Congresso foi fechado, partidos foram dissolvidos e o presidente do Brasil passou a ser escolhido por junta militar.

Repressão, censura e resistência

Durante os anos de ditadura, milhões de pessoas foram perseguidas. A censura de imprensa, música, cinema e teatro era rotina; livros eram proibidos, e quem ousava criticar o regime podia ser preso, torturado ou desaparecido. Ao mesmo tempo, surgiram movimentos de resistência como a luta estudantil, os grupos de guerrilha (ex.: MR‑8, ALN) e a imprensa clandestina, que mantiveram viva a esperança de mudança.

Um dos episódios mais chocantes foi o AI‑5, decretado em 1968, que deu ao governo poderes absolutos para fechar o Congresso, cassar mandatos e prender sem defesa. Milhares de presos políticos passaram por centros de tortura como o DOI‑E&A, e famílias ainda buscam respostas sobre desaparecidos.

Mas a resistência não parou. Em 1979, o governo começou a "abertura" lenta, soltando presos políticos e permitindo algum grau de liberdade de expressão. O processo culminou em 1985, quando Tancredo Neves foi eleito indiretamente, marcando o fim da ditadura e o retorno ao governo civil.

Hoje, a memória da ditadura ainda está viva. Museus, projetos de verdade e reconciliação e o debate sobre o papel das Forças Armadas na política são fundamentais para que esses erros não se repitam. Lembrar serve para reconhecer as vítimas, cobrar justiça e garantir que as gerações futuras entendam a importância da democracia.

Se você quer aprofundar, visite arquivos digitais como o Arquivo Nacional, assista a documentários como "Brasil: O Silêncio da Mão" e procure livros de historiadores como Elio Gaspari. Cada fonte ajuda a montar o quebra‑cabeça de um período que ainda influencia a política, a cultura e a sociedade brasileira.

Em resumo, a ditadura foi um capítulo sombrio, mas também um convite à reflexão. Conhecer o passado é o primeiro passo para proteger o futuro e manter o país sempre livre para debater, criticar e construir juntos.

Fernanda Torres Brilha em Drama Histórico de Coragem Materna em 'Ainda Estou Aqui'

Fernanda Torres Brilha em Drama Histórico de Coragem Materna em 'Ainda Estou Aqui'

O filme 'Ainda Estou Aqui', dirigido por Walter Salles e baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, narra a história de uma família dividida pela ditadura, com Fernanda Torres interpretando uma mãe corajosa. A narrativa revisita memórias dolorosas de luta contra o regime opressor, destacando a resiliência dos personagens e oferece uma experiência cinematográfica tocante.

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