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Surto de metanol mata 6 e deixa bares de SP vazios

Surto de metanol mata 6 e deixa bares de SP vazios

Um surto de intoxicação por metanol que já contabiliza seis mortes deixou os bares da Grande São Paulo praticamente vazios. Na manhã de 29 de setembro de 2025, a Prefeitura de São Bernardo do Campo confirmou a terceira fatalidade suspeita, seguindo a primeira morte registrada em Mooca, na capital, em 15 de setembro. O episódio, que já somou 37 casos relatados – 10 confirmados laboratorialmente – tem mobilizado autoridades de saúde, segurança pública e finanças sob a liderança do Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo.

Contexto e origem do surto

O que desencadeou o pânico foi a descoberta de garrafas adulteradas contendo álcool industrial. Segundo o Instituto Médico Legal de São Bernardo do Campo, as amostras analisadas continham metanol – um composto altamente tóxico quando ingerido, capaz de causar cegueira, insuficiência renal e até óbito em poucos dias.

O surto de intoxicação por metanolSão Paulo parece estar ligado ao consumo de gin, vodka e whisky de procedência duvidosa, vendidos em estabelecimentos que, em muitos casos, nem sequer manipulavam a bebida. A prática de “cortar” bebidas alcoólicas com álcool de limpeza tem raízes em redes de contrabando que se aproveitam da alta demanda por drinks premium durante o verão.

Desenvolvimentos e números

  • 37 casos registrados até 1º de outubro de 2025.
  • 10 casos confirmados por laboratório; 27 ainda em investigação.
  • 6 óbitos confirmados – 1 com causa definitiva, 5 aguardando confirmação.
  • 942 garrafas apreendidas em operações conjuntas.
  • 6 bares e distribuidores fechados permanentemente.

O Departamento de Saúde do Estado de São Paulo divulgou que, das 14 suspeitas monitoradas pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), oito foram encaminhadas ao Centro de Controle de Intoxicações (CCI‑SP), que recebeu protocolos de diagnóstico rápido para identificar sintomas como visão turva, dor abdominal e insuficiência respiratória.

Reação das autoridades e medidas adotadas

Em 30 de setembro, foi criada uma cabine de crise integrada pelos departamentos de Saúde, Segurança Pública, Fazenda e Justiça. Essa força-tarefa já lançou cinco inquéritos formais para apurar responsabilidade criminal, que pode chegar a 12 anos de reclusão por crime contra a saúde pública.

A Secretaria da Fazenda (Sefaz) bloqueou o cadastro de um distribuidor e encaminhou três outros à análise para eventual suspensão, enquanto a Polícia Civil realizou batidas em pontos de venda nos bairros da Bela Vista, Itaim Bibi, Jardins e Mooca, bem como nas cidades de São Bernardo do Campo e Barueri.

Impacto no setor de bares e restaurantes

Os estabelecimentos que nunca tiveram ligação direta com a adulteração agora vivem dias de quase silêncio. Proprietários de bares nas regiões citadas relataram queda de até 80 % no movimento, comparado ao mesmo período do ano passado. "Antes eu servia 200 drinks por noite; hoje mal consigo vender 30", comentou Bruno Lima, dono de um bar no Itaim Bibi.

Além da perda de receita, há um custo emocional: clientes temem voltar a consumir álcool fora de casa. Estudos preliminares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, em abril de 2025, 54 % dos paulistanos evitava bares, contra 31 % em 2024. Essa mudança de comportamento pode redefinir o cenário de entretenimento noturno por anos.

Perspectivas e próximos passos

Os especialistas esperam que as investigações concluam a origem do álcool adulterado nas próximas semanas. Enquanto isso, o Ministério da Saúde recomenda que consumidores verifiquem a procedência das bebidas, observem rótulos e evitem descontos excessivos em estabelecimentos desconhecidos.

Se as autoridades mantiverem a pressão e aumentarem a fiscalização das cadeias de suprimento, há chance de mudar a confiança do público. Contudo, o legado desse surto pode permanecer: o medo de uma garrafa contaminada pode durar mais que a própria crise.

Perguntas Frequentes

Quantas mortes foram confirmadas até agora?

Até 1º de outubro de 2025, seis óbitos foram registrados. Apenas um tem causa definitiva confirmada como intoxicação por metanol; os demais aguardam laudos laboratoriais.

Quais bairros de São Paulo foram mais afetados?

Bela Vista, Itaim Bibi, Jardins e Mooca tiveram interdições de bares e apreensão de bebidas adulteradas, sendo os focos principais das operações de fiscalização.

O que a população deve fazer para se proteger?

Consultar a procedência da bebida, evitar descontos muito agressivos em estabelecimentos desconhecidos, observar rótulos e, se surgirem sintomas como visão turva ou dores intensas, procurar imediatamente um serviço de saúde.

Qual o papel da Secretaria da Fazenda nesse caso?

A Sefaz está rastreando os distribuidores das bebidas adulteradas, suspendendo cadastros e cooperando com a polícia para impedir a continuação da cadeia de contrabando.

Como o incidente afeta o setor de bares a longo prazo?

A queda agressiva no número de clientes pode levar ao fechamento definitivo de estabelecimentos, além de mudar hábitos de consumo, com maior preferência por bebidas não alcoólicas ou consumo em casa.

Comentários (1)


Leonardo Santos

Leonardo Santos

outubro 3, 2025 AT 09:28

É óbvio que este surto não é obra do acaso, mas sim de uma trama silenciosa arquitetada pelos bastidores do poder. Enquanto a mídia espalha medo, os verdadeiros manipuladores se escondem atrás de decretos e relatórios, divertindo‑se com a confusão gerada. Cada garrafa adulterada é um ponto de pressão numa engrenagem maior, criada para desestabilizar a classe trabalhadora e reforçar a dependência do Estado. A São Paulo que conhecemos está sendo dismantelada, pedra por pedra, copo por copo. Não se engane: o metanol não foi inserido por um erro de fornecedor, mas como mensagem codificada para quem ousa questionar a ordem estabelecida. Se ainda há dúvidas, basta observar que as intervenções ocorrem sempre nos bairros mais influentes, como se fosse um teste de controle social. A corrida dos políticos para apontar culpados é apenas um espetáculo – o verdadeiro culpado já está na sombra, alimentando a sua própria agenda de medo e submissão.
Desconfie das respostas oficiais, pois elas são projetadas para acalmar o público enquanto a agenda obscura avança.

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