Rio de Janeiro paralisa com megaoperação e tiroteio em vias principais
A manhã do dia 10 de junho de 2025 foi marcada pelo caos em diferentes regiões do Rio de Janeiro. Logo nas primeiras horas, motoristas e passageiros foram surpreendidos pelo fechamento total da Avenida Brasil e da Linha Vermelha, duas das principais rotas de deslocamento da cidade. O motivo: uma megaoperação policial no Complexo de Israel, comunidade situada entre bairros estratégicos da Zona Norte carioca.
O foco da operação era o cumprimento de 44 mandados de prisão contra suspeitos de tráfico de drogas. Foram sete meses de investigações da Polícia Civil antes da ação, que envolveu dezenas de agentes fortemente armados. Assim que a polícia entrou na área, criminosos reagiram com tiros de fuzis, desencadeando uma sequência de confrontos que se espalhou pelas proximidades das vias expressas.
Foram registrados momentos de pânico principalmente entre pessoas que seguiam para o trabalho. Imagens gravadas por celulares mostram funcionários de empresas e pedestres deitados no chão ou correndo atrás de abrigos enquanto a troca de tiros ecoava por vários minutos no entorno da Penha. O som de rajadas só fez crescer o clima de insegurança – não era apenas um caso isolado, e sim um impacto direto em milhares de vidas.
Balanço de feridos, prisões e reflexos na cidade
Um dos episódios mais graves ocorreu quando dois ônibus que transitavam pela Avenida Brasil foram atingidos por disparos. Um passageiro e o motorista de um dos coletivos acabaram baleados. O estado de saúde deles ainda não havia sido atualizado pelas autoridades de saúde, mas o acontecimento reforçou a tensão no corredor que concentra parte fundamental do transporte público carioca.
No desenrolar da operação, policiais conseguiram prender 14 pessoas suspeitas de envolvimento direto com o tráfico local. Foram apreendidos três fuzis, duas pistolas, granadas e coquetéis molotov – parte do arsenal utilizado para resistir à ação dos agentes. Apesar da grande movimentação, as forças de segurança disseram que a ação serviu para enfraquecer lideranças ligadas ao comando do crime organizado da região.
O drama do combate armado se refletiu rapidamente na rotina da cidade. Mais de 60 linhas de ônibus mudaram seus itinerários ou pararam totalmente, deixando bairros inteiros sem opção segura de deslocamento. Além disso, 20 escolas ao redor do Complexo de Israel não abriram as portas, assim como quatro clínicas de saúde, impactando famílias, estudantes e funcionários. O trânsito ficou congestionado em grande parte da Zona Norte, e motoristas foram orientados a buscar rotas alternativas como a Linha Amarela, que também registrou aumento no fluxo de veículos.
O episódio escancara o alcance das operações policiais nas favelas do Rio e como seus reflexos vão muito além do combate direto ao crime. O medo, o desespero e os prejuízos para a população ficam evidentes em situações assim, onde o tráfego intenso e as ruas cheias de trabalhadores viram mais um palco de violência armada e incertezas cotidianas.
Escreva um comentário
Postar Comentário