Guilherme Boury: quem é o ator confirmado em A Fazenda 17

Quem é Guilherme Boury

Ele tem TV no DNA. Neto do diretor de novelas Reynaldo Boury, sobrinho de Fábio Jr. e primo de Cleo e Fiuk, Guilherme Boury, 41, chega a A Fazenda 17 com uma trajetória longa e cheia de conexões no entretenimento. Nascido em São Paulo em 28 de outubro de 1983, mudou-se para o Rio ainda bebê e cresceu entre bastidores, sets de gravação e plateias. É filho da autora Margareth Boury e do ator, cantor e diretor Heraldo Corrêa — o tipo de árvore genealógica que explica a familiaridade com câmera, texto e palco.

O começo oficial na TV veio em 2005, na Record, com Prova de Amor. De cara, chamou atenção como Nobru, um surfista boa praça que ganhava espaço a cada capítulo. Na sequência, virou protagonista em Alta Estação, como Caio, e engatou participação em Amor e Intrigas. Em Poder Paralelo, viveu Pedro Vilar, um rapaz envolvido com uma mulher quase duas vezes mais velha — papel que rendeu, em 2007, o Máster de Ator Revelação, reconhecimento que cravou seu nome no circuito das novelas.

A passagem pela Globo veio em 2011, com Divã e Fina Estampa, onde interpretou Daniel, estudante de medicina. Dois anos depois, trocou de casa e assinou com o SBT para ser o Junior no remake de Chiquititas, lançado em julho de 2013 — um dos papéis mais lembrados da carreira e que o aproximou de um público jovem e fiel. Quando o folhetim encerrou, ele voltou à Record em 2016 para A Terra Prometida, como Iru, e rodou o Brasil em 2017 com a peça Dedo Podre, dividindo cena com Nívea Stelmann. Na sequência, retornou ao SBT em As Aventuras de Poliana, vivendo Sérgio Antunes, reforçando o rótulo de ator versátil e de trânsito fácil entre emissoras.

Fora das novelas, Guilherme reorganizou a carreira e mergulhou nas redes, especialmente no TikTok, onde faz lives frequentes e reúne centenas de milhares de seguidores. Essa virada digital não só manteve seu nome em alta como criou uma comunidade engajada — ativo valioso em reality com voto do público. Na vida pessoal, é casado há uma década com a empresária Brena Lopes, com planos declarados de aumentar a família. Em dezembro de 2023, compartilhou a decisão de largar o cigarro. Para quem acompanha, foi um recorte de vulnerabilidade e disciplina que ajuda a humanizar a figura do galã de novelas.

Entre os trabalhos mais lembrados pelos fãs, estão:

• Prova de Amor (Record): estreia em novelas, em 2005, como Nobru.
• Alta Estação e Amor e Intrigas (Record): consolidação como protagonista e jovem galã.
• Poder Paralelo (Record): Pedro Vilar, papel que lhe rendeu prêmio de revelação.
• Divã e Fina Estampa (Globo): fase de transição, com personagens de tempero dramático.
• Chiquititas (SBT): Junior, protagonista do remake que marcou uma geração.
• A Terra Prometida (Record): Iru, em produção bíblica de grande audiência.
• As Aventuras de Poliana (SBT): Sérgio Antunes, ampliando o alcance entre famílias.

O que esperar dele em A Fazenda 17

Reality de confinamento exige três coisas: carisma, jogo e fôlego emocional. Guilherme chega com a vantagem de quem lida bem com câmera e improviso desde cedo. Em novelas, decorou texto e sustentou personagens; no teatro, aprendeu timing e presença; nas lives, domina a conversa ao vivo, a leitura do público e os humores de quem comenta sem filtro. Esse pacote costuma pesar a favor quando a rotina no campo pega e a popularidade vira moeda de troca.

Outro ponto a observar é a base de fãs. Chiquititas segue como porta de entrada de muita gente para o trabalho dele e, somado ao público do TikTok, pode gerar uma votação consistente em paredões mais tensos. Não é garantia de nada — reality é terreno imprevisível —, mas uma comunidade mobilizada faz diferença quando a disputa afunila.

Aos 41 anos, ele entra em uma fase mais madura, o que pode refletir em postura menos explosiva e mais estratégica. O histórico público de ter parado de fumar em 2023 indica disciplina e foco — duas qualidades que ajudam nas provas físicas e, principalmente, na convivência. Em A Fazenda, a fadiga vira vilã silenciosa: quem dorme mal, come fora de hora e vive sob cobrança costuma perder a mão no convívio. Maturidade ajuda a segurar a bronca.

Também pesa a seu favor a experiência em ambientes hierárquicos e de pressão. Sets, palcos e redações funcionam com prazos, egos e ajustes de última hora. Em um reality, isso vira habilidade para negociar tarefas, costurar alianças e evitar conflitos bobos que queimam cartucho. Se ele souber mostrar vulnerabilidade na medida certa — sem parecer personagem —, tende a ganhar empatia.

O desafio? Descolar a imagem do “bom moço de novela”. O público de reality costuma premiar quem se mostra inteiro, com falhas, contradições e virtudes. Se Guilherme for só o galã polido, arrisca parecer distante. Se trouxer a vida real — o marido, o cara que se reinventou nas redes, o sujeito que lutou para largar um vício —, ganha profundidade. E profundidade, em confinamento, vira narrativa.

Para a Record, a escolha é estratégica: um ator com histórico nas três principais emissoras, que conversa com diferentes faixas etárias e que entende o jogo da internet. Para ele, é chance de reposicionar a carreira, testar popularidade fora do script e abrir caminho para novos convites, seja na TV tradicional, no streaming ou em projetos autorais nas redes.

Em resumo, Guilherme chega com currículo, torcida potencial e traquejo. A partir daqui, conta menos o passado e mais a capacidade de virar protagonista da própria história diante das câmeras — sem roteiro, sem dublê e com o relógio correndo.