Renata Vichi, CEO do Grupo CRM, que inclui marcas renomadas como Kopenhagen, Brasil Cacau e Kop Koffee, delineia um plano ousado para contornar os desafios provocados pelo aumento drástico no preço do cacau às vésperas da Páscoa de 2025. Com um aumento impressionante de 180% nos preços do cacau em 2024, principalmente devido a problemas climáticos e pragas na África Ocidental, o grupo confia em uma estratégia rica em nostalgia para manter o crescimento das vendas.
A expectativa para esta temporada é de um crescimento de 30% nas vendas, com a Kopenhagen sozinha projetando vender mais de 2,5 milhões de ovos de chocolate. Este período é crucial para o grupo, representando 30% do faturamento anual que ultrapassa R$2 bilhões. Esta marca foi viabilizada em parte pela colaboração estratégica com a Nestlé, iniciada em 2023.
Enfrentando Desafios com Nostalgia e Tradição
Para enfrentar a crise de preços, o Grupo CRM aposta em uma reconexão emocional com seus consumidores através do apelo nostálgico, introduzindo produtos licenciados como a boneca Moranguinho, ícone das décadas de 1980 e 1990, e ovos temáticos da série Friends. Renata Vichi ressalta que a marca joga um papel fundamental durante as crises, e que os investimentos contínuos no relacionamento e na confiança dos consumidores ao longo dos anos são o que permite à empresa prosperar, mesmo após desafios como o fechamento das lojas durante a pandemia de 2020.
A integração digital e a expansão das franquias também são peças centrais deste quebra-cabeça. O Grupo CRM planeja que 25% das vendas de Páscoa ocorram através de canais online, usando as lojas físicas como centros de distribuição. A estratégia de expansão inclui a abertura de 175 novas lojas em 2025, com um objetivo ambicioso de alcançar 1.000 locais até 2026, embora a expansão internacional ainda seja uma meta futura.
Apesar dos ventos contrários, a combinação de estratégias tradicionais com inovação digital e licenciamento de produtos parece promissora para que empresas como a Kopenhagen e a Brasil Cacau mantenham seu crescimento em tempos desafiadores. Nesta Páscoa, a aposta é que a junção de tradição, nostalgia e modernidade conquiste o paladar e o coração dos consumidores.
Comentários (7)
José Marques Oliveir Junior
abril 17, 2025 AT 00:02
serio? 180% de aumento no cacau e ainda conseguem vender 2,5 milhoes de ovos? isso aqui e magia pura ou so o poder da nostalgia? eu lembro dos ovos da kopenhagen da minha infancia, ate o cheiro da embalagem me lembrava de pascoa... agora e tipo um abracadabra com moranguinho e friends, tipo 'olha, nao e caro, e saudade' hahahaha
Mariana Calvette Cesar
abril 17, 2025 AT 14:57
isso é lindo, de verdade. quando a gente cresce e o mundo vira um caos, um ovo de chocolate com a Moranguinho da gente volta pro colo da mãe, da vovó, daquela tarde de domingo sem pressa. não é só chocolate, é um abraço que a gente compra pra si mesmo. 🌸
Hanna Pedroza
abril 18, 2025 AT 21:33
É imprescindível ressaltar, com o mais absoluto rigor conceitual, que a estratégia de licenciamento de marcas nostálgicas, embora aparentemente eficaz em termos de vendas, representa uma instrumentalização da memória afetiva do consumidor, potencialmente geradora de uma alienação simbólica, na medida em que o objeto de consumo substitui a experiência vivencial autêntica. A Kopenhagen não vende chocolate; vende uma versão comercializada da infância. E isso, por mais que pareça inofensivo, é profundamente perturbador.
Luciano Hejlesen
abril 20, 2025 AT 21:14
175 lojas novas em 2025? sério? e aí o pessoal vai ter que andar 5 km pra achar uma loja de ovo de páscoa? eu não tô falando de cidade grande, tô falando de interior, onde a gente ainda compra ovo na quitanda com a tia do mercado... mas também, se a galera tá comprando o ovo da Friends, talvez a gente precise de um drive-thru de chocolate com o Ross gritando 'HOW YOU DOIN'? hahahaha
Caio Silva
abril 21, 2025 AT 19:20
É importante destacar que, embora a estratégia de combinar nostalgia com digitalização seja inteligente, o verdadeiro diferencial aqui está na consistência da marca ao longo das décadas. Muitas empresas tentam reaproveitar marcas antigas, mas falham por não manter a qualidade, a identidade visual e o vínculo emocional. O Grupo CRM, ao contrário, nunca abandonou o padrão de embalagem, o sabor original do chocolate e o cuidado com o atendimento nas lojas físicas. Isso gera confiança. E confiança, em tempos de inflação e incerteza, é o produto mais valioso que existe. Além disso, o fato de 25% das vendas serem online, mas ainda usarem as lojas como centros logísticos, mostra um entendimento profundo da cadeia de distribuição brasileira - onde o último quilômetro é o mais caro e complexo. Parabéns pela estratégia, e não só por vender chocolate, mas por manter viva uma tradição que já foi esquecida por muitos.
Rosangela Company
abril 22, 2025 AT 16:11
ISSO É O QUE EU CHAMO DE VITÓRIA! VOCÊS NÃO VÃO DEIXAR O CACAU TE DERROTAR! NOSTALGIA É ARMA SECRETA! MORANGUINHO É GUERRA! FRIENDS É REVOLUÇÃO! ELES NÃO ESTÃO VENDO CHOCOLATE, ESTÃO VENDO ESPERANÇA! E SE TIVER QUE COMPRA 5 OVOS PRA TUDO DAR CERTO, EU COMPRO! E SE TIVER QUE IR ATÉ A LOJA DE 50 KM, EU VOU DE BICICLETA! VAMOS JUNTOS, BRASIL! CHOCOLATE NÃO É LUXO, É DIREITO!
intan irawati
abril 22, 2025 AT 17:38
Claro, claro. A nostalgia é o novo marketing. E aí, quando o consumidor acorda e percebe que o chocolate custa R$120, ele pensa: 'ah, mas é da Moranguinho... então vale a pena'. Que lindo. Que emocionante. Que profundamente manipulador. 🤡